Terreiro virado na roda
Levada batuque crioula
A noite promete poeira
A noite promete viola
Embola o cansaço em folia
A roda da saia senhora
E a sobriedade da trança
A propriedade não tranca
A continuidade de Angola
A palma da mão fala o dia
Ponteia sem nó na garganta
Que acima das dores colônias
Há brilho nas contas da cor de Oxalá
Há Sol e Lua e tudo mais que gira
Terreiro, trabalho e cantiga
A força na roda da vida
Mistério, caminho e resposta
No brilho da palha da costa
Por terras sem capitania
A roda que ascende em candeias
Pedindo aos tambores do Congo
Com sua canção fiandeira
Com sua maneira quilombo
A dança num tom de harmonia
Ponteia sem nó na garganta
Os filhos de ouro de Gana
Sem o desespero da pressa da grana
A trama na renda É o acorde que trilha